Som na Concha Acústica ecoa novamente e cerca de duas mil pessoas prestigiam reinauguração

A reinauguração da Concha Acústica reuniu cerca de duas mil pessoas, na tarde deste domingo (30), no espaço que marcou gerações, em especial nas décadas de 1980 a 2000, em Santa Maria. Já no sábado (29), ocorreu a entrega das quadras poliesportivas no Parque Itaimbé (leia aqui). Ambos os eventos fizeram parte do Viva Itaimbé, organizado pela prefeitura.

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Criada para ser um ponto de promoção cultural, localizada entre as ruas Tuiuti e Pinheiro Machado, no centro da cidade, a Concha, que tem formato de uma meia-lua, foi inaugurada  entre o final dos anos 70 e o início dos anos 80, homenageando o cantor e compositor gaúcho Lupicínio Rodrigues que dá nome ao espaço. A solenidade de reinauguração iniciou às 15h com a cerimônia de abertura e o descerramento da placa. A secretária de Cultura, Rose Carneiro, descreve o local como icônico, democrático, cultural e de lazer:

– É um privilégio fazer parte desse momento épico e histórico para a cidade. É uma alegria também, porque tudo que a gente faz dá trabalho, mas é um trabalho bom de fazer que a gente sabe que vai ter um resultado legal para todo mundo. 

Em relação à manutenção e segurança do espaço, a secretária afirma que será feita manutenção contínua, mas que o local é também responsabilidade de toda comunidade.

– Nós precisamos cuidar,  porque ela é para todos, então é para quem mora aqui ao lado, é para quem não mora aqui e vem e usufrui da Concha para cantar, para se apresentar, enfim para fazer os festivais. Nós vamos cuidar da manutenção, mas todo mundo tem que ajudar a cuidar dela para que todos possam usar isso – acrescentou Rose.  

O novo local revitalizado conta com rampa de acessibilidade e também gradis de segurança para ampliar ainda mais o acesso de todos. O grafiteiro e muralista Cauê Toledo, 35 anos, trabalhava colorindo uma referência a Lupicínio, estampada em uma das paredes do local, considerado por ele capaz de comportar diversos tipos de arte:

– A Concha é um espaço de conexões, de arte, de música e é mais que necessário para estar de fato, contribuindo com todo mundo. Um espaço de lazer, de encontros. Então, acho que é essencial que esse espaço se mantenha, se cuide-se,  preserve-se, ocupe-se. É um prazer estar recebendo este convite,  a gente está retratando ele (Lupicínio) ali, botando mais umas cores e formas. É um passo inicial para a gente fazer realmente uma revitalização mais colorida na Concha.

A revitalização do local começou em abril deste ano e ocorreu por meio de compensação da empresa MRU Construções, responsável pelo serviço, com a prefeitura. A obra completa consiste na reforma de toda a estrutura, composta por: degraus, trincas e concreto e após, a pintura. O valor investido foi de quase R$ 450 mil (R$ 449.941,70).

Na sequência, o público acompanhou e vibrou com o cantar Pylla, que foi o primeiro a ocupar o palco, seguido das bandas Geringonça e Guantánamo Groove. O local reuniu pessoas de diferentes idades, ligadas por algo em comum: a cultura e a alegria em ter o espaço revitalizado e ativo novamente.

O santa-mariense Bruno de Oliveira, 36 anos, executivo de vendas, cresceu frequentando o Parque Itaimbé e mesmo no período em que ela estava abandonada, conforme ele, quando tinha alguma intervenção artística, prestigiava.

– É fundamental que tenha um espaço de cultura e lazer no município e principalmente, espaços públicos gratuitos, para dar acesso a todos. Tinham alguns eventos em que muitas vezes o pessoal que organizava acabava trazendo iluminação, estrutura de som e banheiro, então, agora é muito bonito ver que estão se preocupando em retomar o espaço – comenta ele.

O professor de música, Igor Fuchs, 37 anos, que no passado chegou a tocar na Concha com a banda Vespertinos, também disse ter crescido frequentando o local e lembrou de episódios em que não tinha energia elétrica para os músicos.

– Acho muito massa, porque lembra, por exemplo, quando tinha essa cena mais ativa antes, rolava  muito show legal, então são várias memórias. Lembro até uma vez que uma banda tocando e não tinha iluminação, daí todo mundo com o celularzinho assim iluminando. Vários momentos legais assim de um tempo atrás que acho que agora tem uma oportunidade de novo de ter. Ninguém pagou para estar aqui, tem toda essa questão. É uma oportunidade de ter a cultura na rua também – destaca.

No entorno da Concha também tinha praça de alimentação e feira de roupas, além da atuação das equipes da Guarda Municipal, da Coordenadoria de Trânsito e Mobilidade Urbana (CTMU) e da Brigada Militar.

Parque Itaimbé
O Parque Itaimbé foi viabilizado na década de 1970 pelo programa Comunidade Urbana para Recuperação Acelerada (Cura) e incluído no zoneamento urbano pela Lei Municipal nº 2096/80, de 10 de janeiro de 1980.

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